segunda-feira, 12 de abril de 2010

Dieta da Proteina - Protein Power Cód. 0242 R$83,00

A Dieta da Proteína
Um dos médicos mais renomados nos EUA lança método alternativo ao de Atkins, baseado em shakes de soja
Na mesma linha das dietas do cardiologista americano Robert Atkins e de South Beach, surge uma alternativa para os fãs de menus ricos em proteínas: a L.A. Shape Diet. A novidade é que esta promove o consumo de proteína de origem vegetal. Elaborada por David Heber, da Universidade da Califórnia, ela é centrada no consumo de shakes feitos à base de leite de soja. Lançado em outubro, o livro The L.A. Shape Diet está em todas as listas dos mais vendidos e será lançado no Brasil em julho de 2005. Profissional renomado mundialmente por seus estudos sobre prevenção de c âncer e alimentação, Heber integra a lista Who's Who in America (Quem É Quem na América). Seu nome também consta do ranking The Best Doctors in America (Os Melhores Médicos da América), feito anualmente com 35 mil profissionais nos Estados Unidos. Recentemente, esteve em São Paulo para promover seu método com colegas brasileiros. Nesta entrevista exclusiva a ÉPOCA, ele explica detalhadamente sua dieta - com a qual perdeu 14 quilos.

Entrevista:

ÉPOCA - O senhor é um seguidor do Dr. Atkins?
David Heber - Não. Nossos métodos têm duas grandes diferenças. A primeira diz respeito à origem da proteína. A dieta do Dr. Atkins é baseada em proteína animal, que leva a pessoa a ingerir grandes quantidades de gordura saturada e calorias. A minha é com proteína vegetal, derivada da soja. E, como complemento, proteínas de carnes magras. Está provado que grandes quantidades de gordura saturada e uma dieta hipocalórica como a do Dr. Atkins não fazem bem à saúde.

ÉPOCA - Qual é a segunda diferença?
Heber - A dieta dele limita severamente o consumo de carboidratos, enquanto a minha estimula-o através de frutas, verduras e grãos. Ninguém agüenta viver sem carboidratos, que têm sua import ância em nossa alimentação. Em seus últimos anos, o Dr. Atkins fez uma revisão em seus princípios e passou a incorporar o consumo de certas verduras.

ÉPOCA - Qual é a base de sua dieta?
Heber - Combinar a quantidade de proteínas com a necessidade do corpo. Em geral, os homens precisam diariamente de 150 gramas de proteína; as mulheres, de 100 gramas.

ÉPOCA - Esse volume é o dobro do recomendado pelos órgãos internacionais de saúde. Por que consumir tanta proteína?
Heber - Existem dois objetivos principais. O primeiro é controlar a fome. Quando a pessoa está abastecida de proteínas, o corpo manda sinais avisando o cérebro que está saciado. Assim este não aciona o mecanismo da fome. O segundo objetivo é manter uma massa muscular forte que, por sua vez, permite uma queima maior de calorias.

ÉPOCA - Esses objetivos valem para todas as pessoas?
Heber - Sim, até mesmo para as magras como modelos. Elas passam fome porque precisam ser magérrimas. Se uma modelo ingere pouca proteína, vai perder massa muscular, levando a gordura corporal a aumentar proporcionalmente. Além disso, com menos músculo, ela vai queimar menos calorias. É um ciclo: pouco músculo, muita gordura.

ÉPOCA - O senhor propõe um programa que promete emagrecer em três semanas. Como ele funciona?
Heber - Com a L.A. Shape Diet, é possível começar a perder peso em uma semana e estar bem mais magro em três. Mas é um programa para a vida toda. Na primeira semana, a pessoa substitui duas refeições por um shake. A partir da segunda, substitui apenas uma refeição. E, nas outras, come um prato que mistura proteína de carnes magras com verduras e frutas.

ÉPOCA - De que é feito o shake?
Heber - Deve ser natural, com leite de soja e frutas. Se quiser, um pouco de açúcar. Um copo fornece cerca de 25 gramas de proteínas. É o suficiente.

ÉPOCA - Por que a proteína deve vir dos shakes? Não pode vir de outro alimento?
Heber - Poder, pode. Mas o shake é a mais conveniente, fácil e rápida maneira de conseguir a quantidade necessária de proteína de uma fonte vegetal. No livro, faço várias composições de alimentos que rendem 25 gramas de proteína. Uma porção é igual a um copo de shake ou a 90 gramas de carne branca magra de frango ou peixe, ou uma xícara de queijo cottage light. Metade de meus clientes prefere o shake e a outra metade opta por outras combinações de alimentos. Pessoalmente, prefiro o shake, especialmente de manhã. Meu café da manhã é um copo grande - geralmente com morangos. Minha mulher gosta de shake com chocolate.

ÉPOCA - O senhor acredita que as pessoas vão suportar tomar shake todos os dias?
Heber - É ideal para substituir o cereal, o iogurte ou o café com leite. Tem a quantidade de boa proteína de que o corpo necessita e deixa a pessoa satisfeita por muitas horas. Quem come cereais pela manhã fica com fome em duas horas, porque não tem proteínas. Com o iogurte, mais ainda. E, com fome, qualquer um ataca o pacote de biscoitos ou a geladeira.

ÉPOCA - No livro o senhor analisa diferentes formas corporais. Quais são?
Heber - As mulheres têm três formas e os homens uma. Elas podem ter gordura na parte de cima do corpo, na de baixo ou em ambas. Homens geralmente têm gordura na parte de cima. A gordura na parte de cima - rosto, pescoço, região do peito e da cintura - é mais perigosa porque provoca várias doenças. Em compensação, é mais fácil de ser combatida. Já a gordura na parte de baixo - pernas e bumbum - não traz maiores riscos à saúde, mas é difícil de ser perdida.

ÉPOCA - As dietas são diferentes?
Heber - Não. Quem tem gordura na parte de baixo precisa consumir uma quantidade maior de proteínas para controlar a vontade de comer. Já as pessoas com gordura na parte de cima devem fazer exercícios diários para fortalecer a massa muscular.

ÉPOCA - Ou seja: só tomar shakes não adianta. É preciso malhar?
Heber - Nenhuma dieta é milagrosa. Não adianta passar o dia todo só tomando shakes e não se exercitar - que ajuda a queimar calorias e a criar massa muscular, que também queima calorias. Uma coisa complementa a outra. Aliás, essa é outra grande diferença: o Dr. Atkins não era rigoroso na parte dos exercícios; eu sou.

ÉPOCA - A dieta é para todo mundo?
Heber - Serve particularmente para quem tem medo da comida. Gente que pula o café-da-manhã pensando que, assim, vai emagrecer. Depois come pouco no almoço, mas não agüenta e acaba abusando no jantar. Ou que tem mania de beliscar. Os shakes ensinam a ter controle da fome. Quando as pessoas tomam shakes, acham que não estão comendo. Eles tornam a refeição neutra porque nutrem, mas não têm o caráter emocional do comer.

ÉPOCA - O consumo de doces e chocolates é liberado?
Heber - Sempre digo a meus pacientes para prestarem atenção em mim apenas 86% do tempo. Uma vez por semana, tenha a liberdade para fazer boas escolhas. As pessoas precisam ter o direito de comer o que querem depois de se comportar tão bem. O interessante é que, tendo essa liberdade, não saem muito da linha.

ÉPOCA - O senhor é contra proibições?
Heber - Sou, porque os pacientes sempre tendem a fazer o contrário do que a gente manda.

ÉPOCA - Uma dieta baseada em shakes soa como propaganda, já que um dos patrocinadores de seu instituto é a Herbalife, multinacional que fabrica shakes emagrecedores. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Heber - Faço esse estudo desde 1975. Testei em centenas de pacientes com obesidade e diabetes a troca de refeições por uma baseada em leite de soja e provei que dá certo. Eu faço pesquisa. Meu instituto é bancado pelo Departamento de Saúde dos Estados Unidos. Nós recebemos fundos de instituições privadas, mas a L.A. Shape Diet é baseada em minhas teorias sobre alimentação. Acho muito importante a universidade contar com o apoio da indústria. A Herbalife adotou vários princípios de minha dieta - e não vejo nada de errado. Ao contrário: ajuda a popularizar os bons hábitos. Não tenho problemas éticos com isso porque, acima de tudo, acredito nos resultados de minhas pesquisas.

ÉPOCA - O senhor é contra remédios para emagrecer?
Heber - Não acredito que eles sejam a melhor solução. Algumas pessoas, com problemas de obesidade ligados a aspectos genéticos, podem necessitar de medicação. Mas é uma minoria. É muito fácil querer emagrecer tomando comprimidos. Mas está errado, porque põe a saúde em risco.

ÉPOCA - Em seu livro anterior, Qual É a Cor da Sua Dieta?, o senhor relaciona sete grupos de cores de alimentos - frutas e verduras. Quais são eles e quais são as indicações?
Heber - O grupo da cor vermelha, dos tomates e das melancias, tem licopeno, subst ância que diminui o risco de doenças cardíacas, pulmonares e na próstata. O da cor vinho, das uvas e dos morangos, tem antocianinas, poderosos antioxidantes que fortalecem a pele. Também ajudam a retardar os efeitos do envelhecimento na mente. O grupo laranja, da manga e da cenoura, possui carotenóides, efetivos antioxidantes que atacam problemas na visão. O amarelo, da laranja, do pêssego e do abacaxi, tem vitamina C e flavonóides, que ajudam no combate às células cancerígenas. O verde, do brócolis e da alface, tem várias subst âncias que ajudam a eliminar agentes tóxicos do corpo. Por último, o grupo branco, da cebola e do alho, tem alicina, que melhora a circulação sanguínea.

ÉPOCA - O senhor é reconhecido internacionalmente por estudos que relacionam a prevenção do c âncer com alimentação. Qual é a ligação?
Heber - O excesso de gordura, especialmente aquela no meio do corpo, está ligado ao desenvolvimento de c âncer nos seios, na próstata, no colo do útero e no fígado. O tecido de gordura dessa região do corpo libera uma quantidade grande de um tipo de hormônio que as células brancas do sangue usam para combater bactérias. Quando a pessoa tem excesso de gordura, libera muito desse hormônio, que, não sendo usado, acaba provocando um tipo de inflamação no organismo. E essa inflamação favorece o surgimento do c âncer nesses órgãos. Por outro lado, uma dieta adequada inibe esse fator de risco. Se os médicos estudassem Nutrição na faculdade e ensinassem a seus pacientes o que comer, poderíamos prevenir muitas doenças.

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